COMO É VIVER E ESTUDAR NO EXTERIOR?

Viver no exterior não é fácil e não é o conto de fadas mostrado nas redes sociais que normalmente vemos. Para além das vistas surpreendentes, das novas experiências e amigos que acabamos por fazer e desfrutar, há também muito choro e saudades inevitáveis da nossa vida no nosso país de origem. No entanto, há também as partes boas onde aprendemos, crescemos e vemos as coisas de uma perspectiva diferente e a riqueza que adquirimos é única. É surreal estar do outro lado do mundo com uma maré completamente nova de pessoas que não teríamos conhecido e é por causa desta experiência que notei o quanto tomo tudo demasiado por garantido.

Sorrimos. Sentimos felicidade. Mas depois notamos que o nosso tempo com essas pessoas é limitado e que cada segundo vale a pena viver. Moral da história: dizer sim a tudo. Alguém pergunta se você quer ir ao shopping. Vai. Pode acabar por ser o melhor dia da sua vida. Eu falo por experiência própria.

Agora, mais especificamente sobre onde estou a viver no exterior: Calgary, Canada. Estou tendo uma experiência diferente do ensino médio, tudo graças à Yourway. Me disseram que eu só poderia ficar quatro meses devido à falta de equivalência académica; no entanto, encontramos uma forma de eu ficar o ano inteiro. Por isso, vou me mudar de Calgary para Toronto no segundo semestre e não podia estar mais entusiasmada, embora também triste por deixar tudo o que construí aqui para trás.

QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS ENTRE PORTUGAL E O CANADÁ?

Em que é que difere de Portugal? Foi definitivamente um desafio me encaixar na cultura canadense. Uma vez que é um país extremamente multicultural, encontramos pessoas de todo o lado, o que pode ser um pouco intimidante, mas ao mesmo tempo entusiasmante. Na escola, as pessoas não se importam com as opiniões dos outros quando se trata de ações, roupas, etc... O esporte é A coisa, está no mesmo nível dos estudos. Estou mais do que grata por ter entrado tanto na equipa de futebol como na de basquete.

Para além disso, todos têm uma mente extremamente aberta e nós temos de agir igualmente, porque se não, a integração é mais difícil. Tive que viver assim desde o início, sendo que a minha host family é budista e do Tibete, a cultura e tradições deles são muito diferentes das minhas e isso também influenciou a experiência que terei durante o Natal. Por estes motivos, não vou celebrar o Natal da forma a que estou acostumada: entro no espírito natalino com casas de gengibre, com troca de presentes com a minha “irmã” italiana com música natalina a tocar por trás, mas tirando isso não vamos fazer muito. Foi difícil aceitar ao início, uma vez que toda a minha família está a celebrar neste momento e eu estou "jantando" através de uma tela digital, mas aprendi a aceitar e isto me ensinou a nunca tomar nada por garantido. Posso dizer que estou feliz, no final, e entusiasmada por tudo o que ainda está por vir!